De dentro da cisterna

por Victor Diomondes, assistente de direçãoVictor Diomondes

Via apenas o círculo luminoso: passagem para o final de um caminho emoldurado pela escuridão da cisterna. Salomé? Salomé!

Fui, com a ajuda de todas as figuras fantásticas com que trabalhei nesses quatro meses, subindo em direção à luz das chamas acima de nossas cabeças. E minhas retinas foram se inundando, pouco a pouco, por uma história de amor, dor, fogo e rock and roll.

Com muita transpiração e inspiração seguimos para essa chama, atraídos para ela, feito mariposas. No final do caminho os contornos iluminados pela chama que perseguimos: Salomé, de Oscar Wilde.

Um ritual de rock and roll, feito de ímpeto sonoro, de sentimentos igualmente impetuosos. Do primeiro grito de Jokanaan ao último beijo de Salomé, os personagens conseguiram transportar-nos para um mundo onde não há freios para a manifestação dos desejos. Um ritmo de carne desejosa, uma luz intensa de jornada cumprida, vivida, sorvida…

Li uma vez que os personagens são as criaturas mais sinceras que existem, pois seus sentimentos são mostrados do começo ao meio, e do meio a fim. Esse ó grande legado deles: a verdade de suas histórias expõe a verdade de nossas histórias.

0 comentários:

Postar um comentário