O Teatro Saladistar

O Teatro Saladistar surgiu em 2007, a partir do encontro de um heterogêneo grupo de artistas cênicos oriundos da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia.

Desde então o coletivo composto de diretores, atores, criadores visuais, músicos e arte-educadores realiza pesquisas e investigação cênica que propõe a releitura de textos clássicos ou originais numa proposta contemporânea e polissêmica dos signos de nosso tempo, aliando teatro à música e dança.

A Serpente

Nelson Rodrigues

No ano de sua formação, o grupo montou o texto “A Serpente” de Nelson Rodrigues, em cartaz na Sala do Coro do Teatro Castro Alves no Festival Camundongo de Teatro. Com Direção de Amanda Maia, o espetáculo contou com a seguinte equipe:

Elenco

Juliana Bebé, Rodrigo Frota, Helena Marfuz, Marcio Bernardes e Fernanda Veloso

Assistência Geral

Juliana Bebé

Cenário

Rodrigo Frota

Amanda Maia

Orientação de Figurino e Maquiagem

Renata Cardoso

Iluminação

Luiz Bonfim

Coordenação de Execução

Victor Diomondes

Concepção e Execução Musical

Mateus Dantas

Fotos

Luisão Pereira

Salomé, de Oscar Wilde

Adaptação de Amanda Maia

Em 2008, o Teatro Saladistar investigou o limiar entre o sagrado e o profano, unindo rock e oriente a uma atmosfera queer na releitura do texto do esteticista Oscar Wilde que aborda a tragédia da paixão da princesa Salomé pelo profeta João Batista. Novamente sob a direção geral de Amanda Maia, o espetáculo Salomé, de Oscar Wilde já esteve em cartaz em duas temporadas, sempre no Teatro Martim Gonçalves (Salvador, BA): Julho de 2008 e Fevereiro de 2009. A peça foi indicada a 02 (dois) prêmios Braskem de Teatro em 2009: Melhor atriz (Luisa Proserpio) e Revelação (Cenário de Rodrigo Frota), sendo vencedora com o cenário de Rodrigo Frota. Recentemente o espetáculo foi selecionado para o Festival Nacional de Teatro de Ipitanga - FIT (Lauro de Freitas, BA) e se apresentou em 21 de Maio deste ano. Neste Festival a peça foi indicada em três categorias: cenário (Rodrigo Frota), trilha sonora (Ráiden Coelho) e melhor atriz (Luísa Proserpio). Neste projeto o grupo conta com os seguintes profissionais:

Elenco

Luisa Prosérpio, Will Brandão, Antonio Fábio, Dora Pratt, Fábio Fernandes, Raphael Veloso e Sibelle Lélis

Corpo de Baile

Brisa Morena, Daniel Moreno, Danillo Novais, Évelin Correia, Fabiana Maia, Matheus Bacellar, Rayara Almeida, Taiane Assis, Thierry Moitinho e Vitor Gally

Assistentes de Direção

Letícia de Castro e Victor Diomondes

Cenário

Rodrigo Frota

Indumentária

Hamilton Lima

Desenho de Luz

Pedro Dultra

Maquiagem

Renata Cardoso

Produção

Daniel Moreno, João Senna Teixeira, Letícia de Castro, Rafael Raña, Raphael Veloso e Thaís Oliveira

Preparação Corporal

Raphael Veloso

Preparação de Elenco

Antonio Fabio e Raphael Veloso

Coreografia

Marilza Oliveira

Música

Orquestra Invisível – Ráiden Coelho, Martim Reyes e Diogo Reyes, Músicos Convidados – Ângelo Santiago e Humberto Barreto

Direção Musical

Ráiden Coelho

Design

Suria Neiva

Fotos

Léo Azevedo

O Grupo Teatro Saladistar é dirigido por Amanda Maia. Diretora teatral formada pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, é também produtora e autora teatral, com espetáculos realizados nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Sua nova empreitada é a assistência de direção da peça teatral “Jeremias – O Profeta da Chuva”, projeto vencedor do Núcleo do TCA (Teatro Castro Alves) 2009, com texto e direção de Adelice Souza.

Contatos: 3245-2913 8795-9598 8713-9812 9278-4868 9293-1313

teatrosaladistar@gmail.com www.amamaia.com

Salomé indicada para o FIT 2009!

O espetáculo Salomé, de Oscar Wilde foi indicado a três categorias no Festival Ipitanga de Teatro (FIT) edição 2009.

Estamos entre os quatro selecionados em Cenário (Rodrigo Frota), Trilha Sonora (Ráiden Coelho) e Atriz (Luisa  Proserpio, nossa Salomé).

A premiação ocorre no dia 13 de Junho, às 20:00h, no Centro de Cultura de Lauro de Freitas. A comissão julgadora deste ano contou com  PEDRO HENRIQUES (Presidente da Comissão) – Ator e Diretor de teatro, Professor Substituto da Escola de Teatro da UFBA; CAROL VIEIRA - Mestre em Artes Cênicas e Diretora de Teatro, ambas as formações pela UFBA; MARTA SABACK - Professora Adjunta das Escolas de Dança e de Teatro da UFBA; TINA TUDE - Atriz graduada pela UFBA e produtora cultural e TONNY FERREIRA - Ator e Diretor graduado pela UFBA.

Highway on the river (ou O Fogo que aquece a estrada)

Por Victor Diomondes

Salomé, de Oscar Wilde, fez um ano. Navegamos para muito longe, e já não são raras as vezes que olhamos para o lugar de onde partimos. E ainda está ali, como um ponto invisível no horizonte chamado memória. Foi uma agonia daquelas. Tinha corre-corre da produção para dar conta dos figurinos, maquiagem e cenário, que desde o inicio – o inicio mesmo, aquele que se dá na cabeça – não eram fáceis. Tinha a construção do conceito do espetáculo e dos personagens, o que despertou também um inevitável embate sobre o conceito. O conceito, a idéia, precisa do conflito para se materializar, para se unir ao real. E desses embates, dessas tempestades de idéias, desses milhares de brainstorms, partimos do Encontro para a realização conjunta.

Realizamos. Estamos inteiros, vívidos, prontos para outra. Como imaginamos que seria. Mas com a diferença de ser real. Continuamos a apresentar um espetáculo que como produto é digno de atenção e repercussão, como obra de arte é autoral e ousado, e como sentimento é intenso e irradiante (amando ou odiando). Por tudo isso nós também continuamos. Porque o que nos faz seguir em frente, estarmos unidos, é uma comemoração. A comemoração do Encontro que tivemos no início. E a novos encontros (Will, Rayara, Dora e tantos outros que seguiram e que ficaram).

Finalmente, fomos para outros mares. Saímos do berço, que foi a Escola de Teatro e seguimos para o FIT – Festival Ipitanga de Teatro. Nosso primeiro passo em direção à estrada. Foram duas vertiginosas semanas de preparação para essa viagem. Mas em todo mito há a Viagem. E com Salomé não poderia ser de outra maneira. Mesmo com a exclamação de todos (“duas semanas é pouco”), acredito que ninguém duvidou.

A nossa equipe e produção correu feito louca. O rapaz que veste saia em cima da mesa de aço, ostentando um olhar venenoso, astucioso e antigo, não é só ator. É produtor, desenhista, cenotécnico, iluminador. Um loiro alto dançava com seus passos firmes pelo palco, usando sua sensibilidade espantosa para bater cada prego, para olhar o alinhamento de cada voal. Um cara meio baixinho, tipo o Wolverine, esbanja algo de zen em sua fisionomia de fauno na maneira como toca sua flauta. E falando em faunos, também estava lá aquele fauno. O fauno velho, o bardo da iconoclastia, com seu Holywood no bolso e com gestos tão precisos quanto suas palavras. Ele sempre sabe o que fazer, e sempre tem o que dizer. Também tinha um jovem chegando agora. Um cara que parece ter viajado o mundo, um rapaz que passeava por cada fio, por cada refletor, que se meteu debaixo daquela mesa de matalon – que podia esmagá-lo – para ajeitar aquele fio ruim que dá choque. E tudo o que a coragem desse cara custou foi um conhaque, por que logo em seguida ele foi operar a luz pela primeira vez. E aí custou um vinho. Nossa, eu podia falar de muitos, por que somos muitos. Mas acho que seria necessário um blog só para isso.

Havia os sorrisos que se desenhavam em cada rosto. Pareciam desenhados por aqueles ventos escaldantes do deserto, aqueles que riscam a areia dura como que tirando um sarro dela. E entre eles havia um especial. Aquele que deu origem a tudo isso. Com suas botas e com seu outro vestido preto. Com sua maquiagem pesada nos olhos de gata. Ela sorria muito, ria muito, e foi sorrindo e rindo que trabalhou feito algo indescritível para fazer desse momento possível. Desafiou a todos, e até a ela mesma. E até hoje faz isso, dotada de sua graça felina. E acho que sempre fará.

Na estrada e na cidade havia um céu abençoado. De um cinza tom de sabedoria, olhando de lá de cima e pronto para mandar sua dádiva. Pronto para mandar sua chuva. E a chuva caiu grossa, macia, poderosa. Essa chuva encontrou nossa chama. Outro Encontro ocorreu. Contamos nossa história, as luzes se apagaram, os aplausos cessaram. De longe dava para ver a fumaça subindo os céus como uma serpente.

No ajuntamento de gente foi um fazendo uma fogueira, e outra fogueira, e outra. E desse monte de fogueira estalando no chão frio e molhado saiu um negócio que mais parecia reflexo das estrelas lá de cima. Gente de monte aquece qualquer caminho. Fé de monte brilha junto com o que há lá no céu.

Fotos da Corte – 2a Temporada

Como não poderia deixar de ser, a segunda temporada de Salomé, de Oscar Wilde foi deliciosamente emocionante e intensa. Como sempre, nos divertimos muito no processo. Uma de nossas atrizes debutantes, Taiane Assis, resolveu levar sua digital e registrar os bastidores. O resultado desta aventura fotográfica pode ser conferido abaixo.

Pra quem quiser ir direto ao álbum, basta clicar aqui.

Revelação Braskem 2009: Rodrigo Frota

Rodrigo em processo O delicioso cenário em que um banquete no inferno é servido aos convidados do aniversário do rei Herodes, palco da morte e danação da princesa Salomé e do profeta Jokanaan, foi agraciado com o Prêmio Braskem deste ano.

Rodrigo Frota venceu o prêmio na categoria Revelação, por nosso cenário e mais 3 outros cenários criados em 2008, incluindo o do grande vencedor da noite, o espetáculo Policarpo Quaresma (TCA Núcleo).

Como nossa diretora Amanda Maia, sempre diz, Rodrigo Frota é o pai de Salomé, e sobre isto ela publicou um texto em seu blog, Caleidoscópio do Éden. O texto pode ser conferido aqui.

Felicidade é pouco pra descrever o que estamos sentindo! Rodrigo é fundamental à existência de tudo o que há em nosso espetáculo, dividiu cada momento de nossa jornada. E sabemos, que acima de tudo, o prêmio foi mais do que merecido.

Então, por falta de algo que expresse melhor nosso orgulho, desejamos a Rodrigo VIDA LONGA para ambientar outras histórias.

A cobertura completa do Prêmio Braskem 2009 pode ser conferida aqui.

O Centro Técnico do TCA também publicou texto em seu blog, parabenizando Rodrigo. Confira aqui.

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Na foto acima Rodrigo em um raro momento de quietude entre muitos materiais de trabalho, poucos dias antes da estréia da nossa primeira temporada.

Professor Claudio Cajaíba fala sobre Salomé no Multicultura

O professor-doutor da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Luiz Claudio Cajaíba, assistiu ao espetáculo Salomé, de Oscar Wilde e fez um comentário sobre a peça no programa Multicultura da Rádio Educadora (FM 107,5). O programa foi veículado no dia 11 de Fevereiro. O professor disponibilizou o comentário à Produção e compartilhamos agora com o mundo.

“Boa tarde ouvintes do Multicultura. Alô Boris, alô Márcia. Na última sexta-feira eu fui assistir no teatro Martim Gonçalves ao espetáculo Salomé, texto original de autoria de Oscar Wilde, que foi adaptado e recebeu a direção geral de Amanda Maia, como sua peça de graduação.

Salomé cumpriu uma curta temporada no ano passado, e devido a sua boa receptividade e boa qualidade de produção, voltou a cartaz para mais duas semanas, realizando duas sessões gratuitas por dia, devido ao grande acesso do público.

Amanda uniu a experiência da atriz veterana Joana Schnitman e do figurinista Hamilton Lima, a uma trupe de jovens talentos com a participação sofisticada de um grupo musical denominado Orquestra Invisível, sob direção de Ráiden Coelho.

Mesmo a pretexto do caráter didático, o resultado está à altura de muitos produtos considerados profissionais. Vários atores convidam e conduzem o público pouco a pouco a tomar seu lugar em almofadas no chão do próprio palco.

Após entrada, sob música executada ao vivo, cortinas esvoaçantes vermelhas se fecham, circundando a todos. Ao público são oferecidos então frutas e vinho, e uma orgia tem início, apelando aos sentidos visuais, auditivos e gustativos.

O mito de Salomé, de origem bíblica, recebe uma roupagem bem arrojada, discutindo, entre outras, questões como fé, puritanismo, desejo carnal, poder de sedução, limites entre o sagrado e o profano.

A beleza de Salomé, que enfeitiça a todos, é posta a prova pela fé de Jokanaan, que se recusa a se entregar a ela, mesmo possuído pelo desejo. A vingança da bela sedutora, após dançar e encantar o rei Herodes – que lhe oferece qualquer coisa em troca – é o pedido da cabeça do jovem santo numa bandeja de prata. Dessa forma ela pode dar o beijo que foi negado por ele.

O elenco de jovens atores foi bem conduzido pela diretora, que explora um tom dramático bem caricatural, o que soa estranho nos primeiros acordes, mas que logo se harmoniza com a música e com a movimentação corporal dos atores – caracterizada por certa mecanização e por traços coreográficos bem definidos.

O desempenho e a beleza da atriz Luisa Proserpio, que interpreta Salomé, são equivalentes e bem apropriados ao personagem. Ela consegue impor nuanças de interpretação e de fato seduz. Não foi a toa que recebeu a indicação ao prêmio Braskem de melhor atriz. Will Brandão, o outro protagonista, se apresenta com bastante impacto, com uma voz possante e uma entrada bem impressionante, mas ao se manter na permanente tensão, especialmente vocal, deixa de explorar nuances que poderiam enriquecer ainda mais o seu bom desempenho.

O elenco conta ainda com Antonio Fábio, Fábio Fernandes e Raphael Veloso. Além disso, doze atores bailarinos integram e preenchem a cena, colaborando intensivamente para o clima orgiástico, que dá tom ao espetáculo e atenua a carga dramática deste mito. Destaque-se ainda a singela presença da atriz Sibelle Lélis, que executa uma bela performance vocal, e a cenografia de Rodrigo Frota, que também mereceu indicação do Braskem como revelação por este e por outros cenários.

Temos assim, nessa ousada iniciativa da jovem diretora, a promessa de mais um talento para as artes cênicas da Bahia. E torço para que iniciativas como a de Amanda possam algum dia obter o reconhecimento e o apoio necessários, pois infelizmente, ainda é difícil unir talento, inteligência, capacidade de realização, perseverar e resistir diante da escassez de recursos destinados aos produtos artísticos que a nossa organização social compartilha atualmente.

Vou com isso então. Muito obrigado a todos, mais uma vez, pela atenção e até o próximo comentário.”

Cajaíba em Salomé

Na foto acima o professor Claudio Cajaíba (embaixo, à esquerda) observa o Corpo de Baile no espetáculo Salomé, de Oscar Wilde.

Fantasia x Faustão

Desavisadamente olhando o Roteiro de Teatro do Jornal A Tarde desta semana, encontro o depoimento que compartilho com vocês, de uma espectadora de Salomé, de Oscar Wilde chamada Sílvia, a quem desde já, em nome de toda a equipe, agradeço. O depoimento data de 8/2/2009, às 12:45.

E a seguir, uma das minhas imagens prediletas desta nova temporada. O profeta pede à Terra que o salve de seu desejo.

“Salomé é uma peça fantástica!!! Mas só pra quem sabe enxergar além do óbvio. Se não sabe fique em casa vendo o Faustão. Parabéns à direção, produção e aos atores e músicos. Nota mil pra vcs.” (Sílvia)

Salomé e Iokanaan