Dizem que o amor tem um gosto amargo

por Letícia de Castro, assistente de direção

Letícia de Castro Quando penso em Salomé, de Oscar Wilde uma única palavra me vem à cabeça: o amor. Porque só quando eu vi em cena o amor de Jokanaan e Salomé, compreendi a grandeza disso tudo.

A relação, o processo, mudou e doía a vontade de que não fosse a única a perceber a grandeza de um amor que dilacerava. Assim como dói o impedimento de realizar um desejo, de concretizar um amor, doíam as dificuldades encontradas no caminho e o medo de que fôssemos impedidos de qualquer coisa, de qualquer realização, de qualquer desejo.

E o impedimento do amor pode ser trágico… assim nos ensina Salomé. Concordo que o amor tem um gosto amargo. Mas, sim, o que importa? Nada importa quando é ele quem nos move. E é exatamente esse sentimento que moveu toda essa realização.

Foi preciso estar totalmente tomada pelo processo para ajudar a colocar em cena a história de um amor que de tão grande toma conta de tudo. Dói, machuca. E é a única coisa que conseguimos enxergar. E é assim. O mistério do amor é o maior dos mistérios: “só se deve olhar o amor”.

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